lugar do texto

Revisão de textos académicos, literários e técnicos
Produção de conteúdos de escrita
(letras de canções, slogans publicitários, discursos de homenagem, biografias, etc.)

VERA DE VILHENA
(autora, revisora de texto, coordenadora de oficinas de escrita criativa, vencedora do Prémio Revelação APE/Babel)

DESEJA FAZER UMA EDIÇÃO DE AUTOR OU ENVIAR UM ORIGINAL PARA UMA EDITORA? LEMBRE-SE DE QUE NÃO HÁ UMA SEGUNDA OPORTUNIDADE PARA CAUSAR UMA PRIMEIRA BOA IMPRESSÃO... NÃO SE PRECIPITE E CUIDE DA REVISÃO DA SUA OBRA COM A "LUGAR DO TEXTO"



"Uma grande surpresa, tanto na composição como na escrita. Compôs e escreveu duas canções que me assentam como uma luva. Fonte de delicadeza e elegância, assim defino a Vera de Vilhena, como pessoa e como artista."
RITA GUERRA

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Breve

SER BREVE

1. Ser breve não é emagrecer um texto até o deixar fraco. Ser breve é transformar toda a sua gordura em músculo até o tornar o mais forte possível.


2. Ser breve não é usar poucas palavras. É conseguir que essas palavras digam muito mais do que delas se esperaria.

3. Para ser breve não basta enxugar o texto o mais possível. É preciso, acima de tudo, que ele sobreviva a essa operação e que dela não saia estropiado.

4. Ser breve é deixar que o silêncio fale mais alto que as palavras.

5. Toda a escrita é escolha. Ser breve é ser ainda mais exigente.

6. Ser breve não é ser avaro; ser breve é ser generoso
.


(Autor: Luis Nogueira)

domingo, 18 de novembro de 2012

O leitor



"Acredito que a vida de um livro enquanto está nas mãos do autor não é mais importante do que quando está nas mãos do leitor. O leitor é quase sempre um autor ele próprio. É ele que dá significado às palavras e por isso até acho muito interessante quando as pessoas me vêm apontar coisas que não eram minha intenção, mas que de fato estão lá. E há muitas outras coisas que foram minhas intenções e que nunca ninguém me referiu, e no entanto também estão lá. Se calhar alguém reparou nelas ou ainda vai reparar. Tudo o que um leitor leia num livro é legítimo porque nessa fase o leitor é tudo, é ele que faz o livro. "

José Luís Peixoto, escritor, in 'Diário de Notícias
Roubei aqui: https://www.facebook.com/pages/Eu-amo-Ler/389742681051228

sábado, 17 de novembro de 2012

Acordo Ortográfico

Porque é preciso humor.....sempre :)
Autoria do texto: ANTÓNIO EUSTÁQUIO

ACORDO ORTOGRÁFICO
Tem-se falado muito do Acordo Ortográfico e da necessidade de a língua evoluir no sentido da simplificação, eliminando letras desnecessárias e 
acompanhando a forma como as pessoas realmente falam . 
Sempre combati o dito Acordo mas, pensando bem, até começo a pensar que este peca por defeito. Acho que toda a escrita deveria ser repensada, tornando-a 
mais moderna, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros . 
Comecemos pelas consoantes mudas: deviam ser todas eliminadas . 
É um fato que não se pronunciam . 
Se não se pronunciam, porque ão-de escrever-se ? 
O que estão lá a fazer ? 
Aliás, o qe estão lá a fazer ? 
Defendo qe todas as letras qe não se pronunciam devem ser, pura e simplesmente, eliminadas da escrita já qe não existem na oralidade . 
Outra complicação decorre da leitura igual qe se faz de letras diferentes e das leituras diferentes qe pode ter a mesma letra . 
Porqe é qe "assunção" se escreve com "ç" "ascensão" se escreve com "s" ? 
Seria muito mais fácil para as nossas crianças atribuír um som único a cada letra até porqe, quando aprendem o alfabeto, lhes atribuem um único nome. 
Além disso, os teclados portugueses deixariam de ser diferentes se eliminássemos liminarmente o "ç" . 
Por isso, proponho qe o próximo acordo ortográfico elimine o "ç" e o substitua por um simples "s" o qual passaria a ter um único som . 
Como consequência, também os "ss" deixariam de ser nesesários já qe um "s" se pasará a ler sempre e apenas "s" . 
Esta é uma enorme simplificasão com amplas consequências económicas,designadamente ao nível da redusão do número de carateres a uzar. 
Claro, "uzar", é isso mesmo, se o "s" pasar a ter sempre o som de "s" o som "z" pasará a ser sempre reprezentado por um "z" . 
Simples não é? se o som é "s", escreve-se sempre com s. Se o som é "z" escreve-se sempre com "z" . 
Quanto ao "c" (que se diz "cê" mas qe, na maior parte dos casos, tem valor de "q") pode, com vantagem, ser substituído pelo "q". Sou patriota e defendo a língua portugueza, não qonqordo qom a introdusão de letras estrangeiras. 
Nada de "k" .Ponha um q. 
Não pensem qe me esqesi do som "ch" . 
O som "ch" será reprezentado pela letra "x". 
Alguém dix "csix" para dezinar o "x"? Ninguém, pois não ? 
O "x" xama-se "xis". 
Poix é iso mexmo qe fiqa . 
Qomo podem ver, já eliminámox o "c", o "h", o "p" e o "u" inúteix, a tripla leitura da letra "s" e também a tripla leitura da letra "x" . 
Reparem qomo, gradualmente, a exqrita se torna menox eqívoca, maix fluida, maix qursiva, maix expontânea, maix simplex . 
Não, não leiam "simpléqs", leiam simplex . 
O som "qs" pasa a ser exqrito "qs" u qe é muito maix qonforme à leitura natural . 
No entanto, ax mudansax na ortografia podem ainda ir maix longe, melhorar qonsideravelmente . 
Vejamox o qaso do som "j" . 
Umax vezex excrevemox exte som qom "j" outrax vezex qom "g"- ixtu é lójiqu? 
Para qê qomplicar ? ! ? 
Se uzarmox sempre o "j" para o som "j" não presizamox do "u" a segir à letra "g" poix exta terá, sempre, o som "g" e nunqa o som "j" . 
Serto ? 
Maix uma letra mud a qe eliminamox . 
É impresionante a quantidade de ambivalênsiax e de letras inuteix qe a língua portugesa tem ! 
Uma língua qe tem pretensõex a ser a qinta língua maix falada do planeta, qomo pode impôr-se qom tantax qompliqasõex ? 
Qomo pode expalhar-se pelo mundo, qomo póde tornar-se realmente impurtante se não aqompanha a evolusão natural da oralidade ? 
Outro problema é o dox asentox. 
Ox asentox só qompliqam ! 
Se qada vogal tiver sempre o mexmo som, ox asentox tornam-se dexnesesáriox . 
A qextão a qoloqar é: á alternativa ? 
Se não ouver alternativa, pasiênsia. 
É o qazo da letra "a" . 
Umax vezex lê-se "á", aberto, outrax vezex lê-se "â", fexado . 
Nada a fazer. 
Max, em outrox qazos, á alternativax . 
Vejamox o "o": umax vezex lê-se "ó", outrax lê-se "u" e outrax, lê-se "ô" . 
Seria tão maix fásil se aqabásemox qom isso ! 
qe é qe temux o "u" ? 
Se u som "u" pasar a ser sempre reprezentado pela letra "u" fiqa tudo tão maix fásil ! 
Pur seu lado, u "o" pasa a suar sempre "ó", tornandu até dexnesesáriu u asentu. 
Já nu qazu da letra "e", também pudemux fazer alguma qoiza : quandu soa "é", abertu, pudemux usar u "e" . 
U mexmu para u som "ê" . 
Max quandu u "e" se lê "i", deverá ser subxtituídu pelu "i" . 
I naqelex qazux em qe u "e" se lê "â" deve ser subxtituidu pelu "a" . 
Sempre. Simplex i sem qompliqasõex . 
Pudemux ainda melhurar maix alguma qoiza: eliminamux u "til" 
subxtituindu, nus ditongux, "ão" pur "aum", "ães" - ou melhor "ãix" - pur 
"ainx" i "õix" pur "oinx" . 
Ixtu até satixfax aqeles xatux purixtax da língua qe goxtaum tantu de 
arqaíxmux. 
Pensu qe ainda puderiamux prupor maix algumax melhuriax max parese-me qe exte breve ezersísiu já e sufisiente para todux perseberem qomu a 
simplifiqasaum i a aprosimasaum da ortografia à oralidade so pode trazer vantajainx qompetitivax para a língua purtugeza i para a sua aixpansaum nu 
mundu . 
Será qe algum dia xegaremux a exta perfaisaum ?...

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Dicionarices

Interlúnio
(Do latim interluniu) s.m. 1. Tempo durante o qual, em cada lunação, não se vê a Lua por esta andar apenas acima do horizonte, ao mesmo tempo que o Sol, desde um pouco antes até um pouco depois da conjunção. 2. tempo que medeia entre dois períodos menstruais; intermenstruação.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Jane Austen


Eis o anel de Jane Austen que, neste Verão, foi leiloado pela Sotheby's - vão-se os anéis, fiquem os livros!

O valor foi de 20/30 mil euros - não sei se se vendeu - com esta nota deliciosa assinada por Eleanor Auster para a sua sobrinha Carolina: 

“My dear Caroline. The enclosed Ring once belonged to your Aunt Jane. It was given to me by your Aunt Cassandra as soon as she knew that I was engaged to your Uncle. I bequeath it to you. God bless you!”

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Prémio PEN Clube Narrativa

Não há dúvida de que, quando escrevemos sobre nós mesmos, confessando e partilhando aquilo que vivemos, os tempos e lugares por nós percorridos, a escrita se torna verdadeira e, em boa hora, reconhecida. Muitos parabéns, querida Rita Ferro, por este prémio!

 Foi com surpresa e “imensa alegria” que Rita Ferro recebeu a notícia de que o seu livro A Menina é filha de quem? venceu o Prémio Pen Clube Português de Narrativa para livros publicados em 2011. Maria Filomena Molder venceu na categoria Ensaio, Fernando Guimarães na Poesia e Pedro Vieira na Primeira Obra de romance.
Para ler o resto do artigo no Jornal PÚBLICO, clique AQUI

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

10 CONSELHOS IRÓNICOS A UM JOVEM ESCRITOR

(Por MANUEL ALBERTO VALENTE, director editorial da Porto Editora, em Lisboa)
«1. Nunca mande o seu original pelo correio. Entre os 36.427 originais que chegam todos os meses às editoras, o seu vai certamente ficar perdido dentro de um armário e merecerá apenas, alguns meses depois, uma simpática carta de três linhas a explicar que “por imperiosas razões de equilíbrio editorial”…
2. Não mande nunca o seu original por e-mail. Você acha que um editor vai gastar várias dezenas de folhas de papel A4 para imprimir cada um dos originais que recebe?
3. Não diga nunca que o seu original vai modificar (ou revolucionar) a literatura portuguesa. As feiras de saldos estão cheias de livros que se apresentaram com esse propósito – e os editores não esquecem.
4. Saiba procurar uma editora adequada àquilo que escreveu e suficientemente pequena para reparar em si – a maior parte das outras tem à porta, como nos hotéis, um letreiro que diz “completo”. Não é fácil arranjar um quarto livre…
5. Procure, se possível, a ajuda de um “notável”. Se o seu original vier “recomendado”, é evidente que as hipóteses aumentam.
6. Nunca diga que está disposto a partilhar os custos da edição. Isso é quase sempre sinónimo de que o seu original é mau…
7. Apresente um currículo escrito em português decente. Se logo no currículo diz que escreve “à vários anos”, nenhum editor o vai levar a sério.
8. Nunca diga que é discípulo do Lobo Antunes ou do Saramago. Bastam os originais.
9. Não mande poemas em que “amor” rima com “dor” e “saudade” com “idade”. Candidate-se antes aos Jogos Florais da câmara mais próxima.
10. E sobretudo não diga que quer ser publicado amanhã, nem fale em rebuscados planos de promoção. Espere humildemente pela sua vez.»
Fonte: Oceanos

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Livros


Deixo aqui um pequeno filme que mostra o processo de nascimento dos livros numa tipografia tradicional, em Leeds, Reino Unido. O encanto e a arte dos livros, no seu melhor...

The Birth of a Book

sábado, 29 de setembro de 2012

João de Deus


grammatica rudimentar

Aquelle Manuel do Rego
É rapaz de tanto tino
Que em lirio põe sempre y grego,
E em lyra põe i latino!
E como a gente diz ceia
Escreve sempre ceiar;
Assim como de passeia
Tira o verbo passeiar!
Nunca diz senão peior
Não só por ser mais bonito,
Mas porque achou num auctor
Que deriva de sanskrito.
Escreve razão com s,
E escreve Brasil com z:
Assim elle nos quizesse
Dizer a razão porquê!
Também como diz - eu soube
Julga que eu poude é correcto:
Temo que a morte nos roube
Rapazinho tão discreto!
É um gramático o Rego!
É um purista o finorio...
Se Camões fallava grego,
E o Vieira latinorio!


(in "Campo de Flores", JOÃO DE DEUS, 1896)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Escrita Criativa


Imagem: ART WEDNESDAY, "Changing Seasons"
O Outono
 na ponta dos dedos
por Vera de Vilhena

Unidos no amor à escrita e aos livros, celebrando 
o S. Martinho e o outono, num ambiente acolhedor.

Venha experimentar!

10 e 11 de Novembro

Horário: das 10h00 às 18.00
(13.00 - 14.30 pausa para almoço)


Inscrições: 261 860 464 | 969 014 394
Email: geral.bgl@gmail.com
 Ericeira

domingo, 8 de julho de 2012

Permanências

Mais do que um objecto de escrita, podem ser verdadeiras peças de arte, antes de encerrarem a possibilidade de criarem arte literária nas mãos de quem as segura. Porque será que nos parece irem as coisas perdendo encanto, à medida que vamos sendo invadidos pelos tempos modernos? Por que razão já não se produzem objectos assim? Uma destas canetas poderia bem ser aquela que Daniel, com 5 anos, de mão dada com o pai, namora na loja da Rua Anselmo Clavé, na Sombra do Vento, de Carlos Ruíz Zafón.




quarta-feira, 4 de julho de 2012

Palavrões

Uma verdadeira maratona de palavrões! :)

AS 10 MAIORES PALAVRAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
1º. Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico (46 letras)
Relativo a uma doença pulmonar aguda causada pela aspiração de cinzas vulcânicas


2º. Paraclorobenzilpirrolidinonetilbenzimidazol (43 letras)
Substância presente em medicamentos como o Ultraproct

3º. Piperidinoetoxicarbometoxibenzofenona (37 letras)
Substância presente em medicamentos como o Baralgin

4º. Tetrabrometacresolsulfonoftaleína (35 letras)
Termo específico da área de química

5º. Dimetilaminofenildimetilpirazolona (34 letras)
Substância ativa em vários comprimidos para dor de cabeça

6º. Hipopotomonstrosesquipedaliofobia (33 letras)
Doença psicológica que se caracteriza pelo medo irracional (ou fobia) de pronunciar palavras grandes ou complicadas

7º. Monosialotetraesosilgangliosideo (32 letras)
Substância presente em medicamentos como o sinaxial e o sygen

8º. Anticonstitucionalissimamente (29 letras)
Maior advérbio da língua portuguesa, significa o mais alto grau de inconstitucionalidade

9º. Oftalmotorrinolaringologista (28 letras)
Profissional especializado nas doenças dos olhos, ouvidos, nariz e garganta

10º. Inconstitucionalissimamente (27 letras)
Sinónimo de anticonstitucionalissimamente

domingo, 17 de junho de 2012

Cérebro

Se esta é uma das capacidades maravilhosas do nosso cérebro, é também uma das armadilhas com que um revisor de texto tem de lidar :) Muitas vezes, o malandra da nossa mente arruma as letras no lugar certo e adapta símbolos como bem entende. Resultado? Há erros que podem passar despercebidos; logo, é preciso o triplo da atenção!


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Labor

Um dia, Paul Valéry passeava no Louvre com o seu amigo Degas e detiveram-se frente a uma tela de Henry Rousseau, que representa uma "alameda de carvalhos enormes":
"Depois de um tempo de admiração, observei com que consciência e paciência o pintor (...) executara o detalhe infinito (...):
- É soberbo - eu digo (a Degas) - mas deve ser tedioso fazer todas essas folhas... deve ser até muito chato...
- Cale-se - diz Degas - se não fosse chato, não seria divertido.
O facto é que ninguém mais se diverte nessa forma laboriosa, e eu só traduzira ingenuamente a repugnância cada vez maior dos homens por todo o trabalho de aspecto monótono ou que deve ser realizado com actos pouco diferentes e longamente repetidos. A máquina exterminou a paciência.
Uma obra era, para Degas, o resultado de uma quantidade indefinida de estudos e, depois, de uma série de operações. Acredito que ele pensava que uma obra nunca pode ser considerada terminada, e que ele não concebia que um artista pudesse rever um dos seus quadros depois de algum tempo sem sentir a necessidade de retomá-lo e de pôr de novo a mão. Acontecia ele retrabalhar telas há muito tempo penduradas nas paredes da casa de seus amigos, levá-las para o seu antro, de onde elas raramente voltavam. Alguns, de cuja casa era frequentador, chegavam a esconder o que tinham dele."
(PAUL VALÉRY, "Degas Dança Desenho", 1938)

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Palavras

"AS palavras constituem, na minha humilde opinião, 
a nossa inesgotável fonte de magia"
(J.K. Rowling)


quinta-feira, 17 de maio de 2012

O revisor

Vejam como um pormenor pode deitar tudo a perder:
Conheço pelo menos duas pessoas que viram os seus originais recusados, pelo simples facto de, na folha de rosto de apresentação da obra, terem escrito "concelho" em vez de "conselho" e "entitulados" ao invés de "intitulados". Por vezes, é quanto basta para um editor pôr de lado um original, sem o ler. 
Se pretende ser publicado, comece por aí: certifique-se em relação a vícios de escrita, palavras repetidas, expressões incorrectas ou coloquiais, clichés, erros de concordância, ideias repetidas, pontuação, etc. 
A importância de um revisor reside precisamente nesses aspectos: em ser uma terceira pessoa que nunca leu o seu texto e que irá fazer uma leitura racional, frase a frase, encontrando, sem grande dificuldade, evidências que a si passaram despercebidas. Porquê? Porque está treinado para tal e porque o autor, de tantas vezes o ter lido, focando a atenção noutras questões (como apresentar uma ideia ou contar uma história) se tornou incapaz de reparar em certos detalhes. O revisor trata da parte menos agradável de um texto, pois é um trabalho técnico, de finalização. No entanto, sugere-lhe alternativas caso a caso, pelo que só terá de as incorporar na versão final!

Preço: 3.50 Eur/pág. (nº de caracteres por pág: 1800)
Pagamento por transferência bancária, à medida que o trabalho for sendo entregue.
Normas do acordo ortográfico: opcional
Todo o processo será tratado via E-mail. 
veravilh@gmail.com

terça-feira, 15 de maio de 2012

A construção dos livros

Porque a leitura pode ser um refúgio...
Porque somos feitos de tantas leituras...
e como escritores, guardamos dentro de nós 
os livros que iremos revelar um dia.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

MAL E PORCAMENTE

De onde vem a expressão "mal e porcamente"?
Significado: de modo imperfeito, muito mal.
Origem: a expressão inicial não era esta, mas sim, "mal e parcamente" - como nem todos compreendiam, por não conhecerem o advérbio de modo - deu-se, talvez pelo povo, a corruptela e o "parcamente" passou a "porcamente". Se formos a ver, "mal e parcamente" faz muito mais sentido, certo? :) E perdoemos os porcos, coitados, que não são para aqui chamados e serão, decerto, bem capazes de fazer o que têm a fazer nas suas humildes vidas de porcos.
"Mal e parcamente", uma expressão idiomática que podem sempre divulgar nos vossos textos, sob a forma original, e... fazerem boa figura!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

J.K. ROWLING


O primeiro livro de JK Rowling, destinado a adultos, vai ter o título de “The Casual Vacancy” (“A vaga casual”).
A autora de Harry Potter já tinha revelado, em Fevereiro, que estava a trabalhar num novo livro, em tudo diferente do que tinha habituado o público.
O enredo gira à volta da morte surpreendente de Barry Fairweather, que choca os habitantes de Pagford. A editora Little, Brown & Co diz que a história tem um fundo negro e que prima por surpreender a toda a hora.
A obra será publicada em todo o mundo, não só em forma física, como em formato e-book (livro de acesso electrónico) e através de download de áudio e CD, no dia 27 de Setembro
(Notícia retirada do Ionline)
Imagem: Já que falamos de ficção, cliquem na foto da autora e vejam bem o quão irreais o Photoshop pode tornar as pessoas...que exagero e que disparate...!

terça-feira, 10 de abril de 2012

Máquinas de escrever

A primeira máquina de escrever foi patenteada pelo inventor inglês HENRY MILL em 1714, com o intuito de criar uma máquina capaz de transcrever cartas. O italiano Pellegrino Turri introduziu, em 1808, o sistema de teclado. Desde então, foram evoluindo, transformando-se alguns dos melhores modelos em verdadeiras peças de colecção. Eis alguns dos mais belos exemplos... 
1715
1873

Remington, 1876

Remington, 1878

1889

A primeira máquina portátil, 1907

domingo, 25 de março de 2012


                                      

É editora e mulher de armas, ainda que, em guerra, prefira balas argumentativas. Carrega há um par de anos a bandeira da Planeta, mas, ao jeito de Rubem Fonseca, declara a língua portuguesa como sua verdadeira terra. Considera o novo Acordo uma simplificação feita à martelada. Admite a constante necessidade de renovação dia após dia. E apresenta-se uma sempre nova Ana Pereirinha, sem temores ou hipocrisias. Bem dizia Stephen King que «escrever é humano, editar é divino».

Está capaz de pôr um cinto de bombas e rebentar com o Acordo Ortográfico?
O desacordo é tão fraco e falho de tino, que não são precisas medidas drásticas de autoimolação: bastam duas ou três balas argumentativas, razões de chumbo miúdo contra a ausência total de razões: pumpum, estás morto!

Acredita que a Planeta um dia ainda vai ganhar um prémio de edição?
A Planeta já tem muitos prémios nas salas dos troféus, em várias latitudes e longitudes.Todos os prémios, como é sabido, dependem muito dos satélites e dos asteroides que gravitam os vários sistemas. Não tenho dúvida de que num ponto ou noutro do planeta os prémios de edição estão sempre chovendo — menos do que os exemplares vendidos, espera-se, que por aí não tem havido seca.

A Ana Pereirinha é a nova Maria do Rosário Pedreira?
A ser uma, a Ana Pereirinha será a velha Maria do Rosário Pedreira, e não só pela associação aos novos-já-a-caminho-de-excelentes-velhos «meninos». Não há energia quotidiana disponível no mundo para mais de uma Maria do Rosário Pedreira, fazendo excelentemente tudo o que ela faz todos os dias. Nem é preciso ter tido a sorte de trabalhar — e aprender — com ela tantos anos (de 1997 a 2009) para saber isso. No entanto, e já tendo trabalho demais a tentar ser uma nova ela-própria todos os dias, aAna Pereirinha orgulha-se de apresentar em breve ao mundo e ao futuro da Literatura Portuguesa o autor que teria ganhado o prémio Saramago em 1840, caso o prémio não fosse demasiado novo: Guilherme Centazzi, o pioneiro do romance português, que aos 32 anos escreveu aquele que viria também a ser o primeiro romance português traduzido para alemão, pouquíssimo tempo depois da sua publicação! (Vénia dupla, ou tripla, ao Pedro Almeida Vieira, que desenterrou este pioneiro O Estudante de Coimbrapara a posteridade e que está neste momento a averiguar se o Centazzi terá sido convidado da Feira do Livro de Frankfurt por aqueles anos, para os direitos terem sido tão rapidamente transacionados…).

Nós não somos a Grécia, mas a edição está a ver-se grega?
A edição está a ver-se grega, como todo o país está a ver-se grego, e o mundo deveria ver-se grego, mas infelizmente está cego para a barbárie derradeira que o assola.Portugal é a Grécia, e nós somos gregos, e latinos, e árabes, antes de sermos ricos ou pobres. Que não tenhamos funda consciência disso, é a principal crise que nos assola, intra e extraeditorialmente (vide, por exemplo, a resposta à pergunta 1). Se só a edição estivesse a ver-se grega, quão fácil não seria transformarmo-nos a todos em homens e mulheres-livros, como no Farenheit 451, salvarmos as bibliotecas e os livros que nos interessam verdadeiramente, voltando à velha tradição agrícola e às courelas que os nossos avós nos deixaram pelo país fora e estão ao abandono… (OK, OK, Maria do Rosário, no teu caso está combinado que é olaria, não me esqueci). Tramado, tramado mesmo, é que TODOS estamos a ver-nos gregos e sem caminhos para sair da situação:graecum est, non legitur.

Qual a situação mais delicada por que passou enquanto editora?
Ter tido salários em atraso e receber todos os dias reclamações por pagamentos devidos. Não sou caso único, nem eu nem a edição, infelizmente.

O que devem os editores saber rapidamente sob pena de desaparecerem?
Que todo o mundo muda mais rapidamente do que eles, que o mundo da edição não é exceção, e que não lhes adianta tentar correr cada vez mais depressa. Por mim, depois dos e-readers, da edição eletrónica e etc., na tentativa referida acima de ser uma nova Ana Pereirinha todos os dias, tenciono ir fazer um curso à Oficina do Cego para aprender os velhos mesteres do livro, saber pôr «a mão na massa».

Que palavra já não consegue ouvir?
«Alavancagem.»

Qual o seu maior ódio de estimação?
Os ódios de estimação vão variando, porque não sou pessoa de guardar ódios. Mas diria que, neste momento, a alavancagem está na ribalta, como atitude, e pensada não como mero conceito «novilinguístico» da selvajaria económica, mas aplicável a toda a atividade e atitude humana: na economia, nas políticas, no trato, etc.

Se pudesse fazer uma pergunta ao atual secretário de Estado da Cultura, qual seria?
Voltaria a aceitar ser secretário de Estado da Cultura?

Na atual conjuntura, como fazemos para que a língua portuguesa valha mais do que a PT, como apontou o ex-ministro da Cultura Pinto Ribeiro?
Eis a pergunta-tipo que remete para o meu ódio de estimação atual. Quanto a mim, é tão fácil e tão difícil como fazer as pessoas com cargos de decisão, e especialmente com cargos de decisão ao nível da Cultura, valerem mais do que as que têm ocupado os cargos ultimamente.

Que pensa do novo Acordo Ortográfico?
Sou contra, como tem sido público e tenho afirmado sempre que posso. Não serve a língua, não serve a liberdade de pensamento ao cortar as raízes com a memória da língua. A simplificação sempre foi a mãe de todos os totalitarismos, mas uma simplificação feita à martelada, então, é sem comentários. Este «Acordo» não serve rigorosamente ninguém, a não ser alguns interesses políticos e económicos localizados e a falta de ideias para a área da Cultura, onde, aí sim, faz, e fez, muita falta para mostrar serviço. A riqueza da Língua Portuguesa no mundo está na sua diversidade, e é uma riqueza inalienável. Em contraste com um Acordo que não tem lógica nem rigor e que já ninguém quer mas onde o poder político não recua para salvar uma face que não tem, de resto, salvação possível. Fico feliz da vida, a rebentar de orgulho, quando ouço o Rubem Fonseca dizer «nós, portugueses», quando leio que o meu grande, magnífico, Caetano esclarece os poucos resistentes da «modernidade» (versus os botas de elástico...), que, na sua canção «quero roçar a minha língua na língua de Camões» equivale a «o Acordo Ortográfico é uma maluquice», ou quando o Jornal de Angolapublica um editorial em defesa do português etimológico. Não direi a minha pátria, mas a minha terra, o meu húmus, é a língua portuguesa, sim, senhores: sou brasileira, sou angolana, sou moçambicana, sou timorense — com um orgulho imenso e um entendimento pleno. Não tenho o português «bom» — cresci a ler quadrinhos brasileiros, como toda a minha geração, e a aprender muitas coisas novas e expressões diferentes com isso. Entendi e entendo o português do mundo: estou-me nas tintas se os estrangeiros o aprendem com sotaque brasileiro ou português, é-me rigorosamente igual. Vivo no mais antigo e mais pobre país onde se fala português? Não estou em bicos de pés. E entendo que as minhas raízes são gregas, latinas e árabes. Lá está, somos todos «gregos» e andamos a ver-nos gregos por disparates sem fim, com este desacordo sem tom nem som.

Dê-nos uma boa ideia para o setor editorial português.
Tomar, por exemplo, uma atitude firme relativamente a este desacordo flutuante.Aproveitar a crise para fazer livros escolares mais baratos, acessíveis às famílias dos futuros leitores. Massa cinzenta, precisa-se muito a curto, médio e longo prazo.

Que pergunta não fizemos e deveríamos ter feito?
Se não fosse editora, o que quereria ser?
(in BLOGTAILORS, 22 Março 2012)

quinta-feira, 22 de março de 2012

É assim....

"É assim: este é um texto sobre bengalas e tiques linguísticos, tipo, estás a ver, ok, então vá. A situação é um bocado esta, as pessoas, quer dizer, enquanto falam e isso, usam por tique algumas palavras e expressões, que não servem para nada de especial, tipo, habitaram-se a falar assim, e, portanto(s), falam. A modos que, longe de mim querer ofender alguém, porque, ai ai ai, ui ui ui, no melhor pano cai a nódoa, percebes, naquela... Pronto(s), é assim, mesmo quando não estou nem aí, como quem não quer a coisa, posso incorrer num desse tiques um bocado foleiros, mas isso sou eu, claro está. Eu cá na minha maneira de pensar acho que as pessoas usam estas frases, à falta de melhor ideia, numa onda de preguiça mental, tipo: é mais fácil falar assim. Ou seja, uma questão de hábito, porque, alegadamente, as palavras são aos magotes e pronto, dá mais jeito usar apenas algumas que ficam no ouvido; giro. A cena é que, quer dizer, esta é a minha opinião pessoal, ele há frases que se dizem sem pensar e que, digamos, podem ser ditas de outra maneira ou não. Mas, pronto, é mais prático dizer pronto, para pôr o pronto final a uma conversa e dar razão a alguém, só para a malta não se chatear. Estás à vontade. Então, dizer 'é assim' é uma forma de fazer com o outro sintonize - estás-me a acompanhar? - só para chamar a atenção, mas há quem diga é assim um bocado imenso. É totalmente surrealista dizer 'um bocado imenso' e não sei quê, tudo e mais alguma coisa é totalmente surrealista para algumas pessoas. Então está bem, como toda a gente sabe, tiques linguísticos é coisa que a todos assiste, hã? Isto não faz qualquer espécie de sentido, na boa, a sério? Eu cá sou daqueles que também tem os seus, mas isso é cá comigo. Não sei se estão a acompanhar a minha linha de raciocínio, mas o que eu quero dizer com isto é que, tipo, alguma destas expressões quando usadas em excesso incomodam mais do que, sei lá, vou ser polémico, um sobrolho nervoso que não para de tremer. Estão a ver o filme? Ora bem, é surrealismo puro, as cenas que as pessoas dizem só por dizer, é de partir o coco a rir, 'tá-se bem, o caraças, até dói. Que stress, já me estou a passar, o texto está quase a chegar ao fim, e eu ainda tenho ene cenas sobre as quais queria escrever e coisa e tal. Só que... olha, para o que me havia de dar, ufa, se a memória não me falha, no meu tempo, tipo, estás a ver, ok, sei lá, pronto, então vá. Percebeste?"  
(MANUEL HALPERN, "Homem do Leme: É assim, prontos, então vá, in revista VISÃO, Março 2012)

sábado, 10 de março de 2012

Carlos Drummond de Andrade


Já não quero dicionários
consultados em vão.
Quero só a palavra
que nunca estará neles
nem se pode inventar.
(Carlos Drummond de Andrade/Fernando Vicente
— com Lucas Belussi.)